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Nascimento

Estereoscopia / Tecnologia

A estereoscopia é qualquer método capaz de criar a ilusão de profundidade numa imagem 2D.

O ser humano, como muitos animais, possui dois olhos, o que faz com que cada um deles observe o mesmo cenário mas de pontos de vista ligeiramente diferentes.

 

O cérebro junta a informação proveniente de cada um dos olhos e forma uma imagem única, interpretando as pequenas diferenças na luz que chega aos olhos como profundidade.

 

Com apenas um olho não seria possível ter a percepção de profundidade, mas de altura e largura somente.

O facto de o ser humano possuir uma visão estereoscópica facilita largamente até as mais simples tarefas diárias.

 

Isto leva a que à partida, é mais natural a visualização de um vídeo em 3D do que em 2D, pela simples razão de que a visualização 3D é a que mais se aproxima à própria realidade que é perceptível ao cérebro humano.

Gravação 3D / Tecnologia

Gravar vídeos 3D é mais desafiante que gravar em 2D pois requer mais planeamento e equipamento.

De modo a produzir um filme convencional não animado, utiliza-se duas câmaras 2D iguais, afastadas a uma distância semelhante à dos olhos, ou uma câmara estereoscópica.

Outro método é a conversão de vídeo 2D para 3D. Existem algumas técnicas baseadas em profundidade, entre elas, a manipulação frame a frame de um filme com o objectivo de criar dois frames para cada imagem (um para cada olho).

 

Esta técnica foi utilizada pela Walt Disney Pictures para produzir o filme The Nightmare Before Christmas em 3D, que esteve em exibição em 1993.

Polarização / Transmissão 3D

Este sistema tem como objectivo restringir a luz que é captada por cada olho através de óculos com polarização específicos para o efeito.

Uma onda electromagnética com polarização circular é o efeito de uma carga que circula em torno de um eixo, no sentido dos ponteiros do relógio (polarização circular esquerda) ou no sentido inverso (polarização circular direita).

As primeiras transformam ondas com polarização circular esquerda em ondas com polarização linear horizontal, e ondas com polarização circular direita em ondas com polarização linear vertical.

Depois desta primeira filtragem as ondas resultantes chegam aos polarizadores lineares, que segundo a orientação dos seus fios condutores, deixam passar apenas uma das ondas.

O polarizador com os fios dispostos na horizontal só deixa passar as ondas verticais e absorve as horizontais. O polarizador com os fios dispostos na vertical faz o inverso.

Um filme 3D com este sistema é na prática composto por dois filmes sobrepostos no mesmo ecrã através de filtros de polarização diferentes.

 

A luz proveniente de cada filme é filtrada pelos óculos para que cada olho veja apenas um deles e assim é criada a ilusão de profundidade numa tela 2D.

Anaglyph / Transmissão 3D

Trata-se do efeito estereoscópico responsável por codificar as imagens associadas a cada olho através de filtros de duas cores, usualmente o vermelho para o olho esquerdo e o azul para o direito.

 

Esta técnica é utilizada há mais de cem anos em fotografia, livros 3D e vídeo e é a mais conhecida do público pelos famosos óculos bicolores com lentes de celofano usados nos cinemas para a visualização de filmes 3D.

De modo a gravar um vídeo, uma câmara específica para o efeito cria os frames estereoscópicos através de filtros de cores ou então estes são obtidos através de frames 2D manipulados por um conversor 2D para 3D.

 

Posteriormente, o filtro vermelho dos óculos, ao não deixar passar o azul da imagem e o filtro azul o vermelho da mesma, resulta que cada olho recebe a imagem correspondente e está assim criada a ilusão de profundidade na tela.

Active Shutter / Transmissão 3D

Este sistema faz uso de óculos obturadores que bloqueiam alternadamente a luz que chega a cada olho, proveniente do ecrã. Neste caso, as linhas de resolução da TV são emitidas através de um sensor de infravermelhos.

O processo é rápido o suficiente para não haver interferência entre as transições de óculo para óculo com a percepção de junção dos frames 2D de modo a criar a ilusão de profundidade.

 

Cada olho observa um frame, e em seguida é obstruído para que o próximo frame seja observado pelo outro olho, anteriormente obstruído.

Visto que os óculos são um elemento activo no processo, estes requerem uma bateria e têm de ser carregados, ao contrário dos óculos utilizados nas duas técnicas anteriores.

Mercado / TV 3D

Embora uma boa parte do interesse no advento do cinema 3D em anos recentes incidisse numa população mais jovem, sobretudo devido a filmes de acção com efeitos especiais avançados, a TV 3D vinha tentar equilibrar a balança no que toca ao público que visualizava exibições de conteúdo 3D.

O acesso a conteúdos distintos como eventos desportivos, documentários variados e espetáculos artísticos em directo visava aproximar as gerações mais velhas desta tecnologia.

A venda destes aparelhos, com ou sem os óculos incluídos, era feita maioritariamente a retalho em superfícies tecnológicas comerciais com uma vasta gama de preços.

A visão inicial dos produtores de TVs 3D em relação às vendas era que estas iriam ultrapassar as TVs convencionais como aparelhos mais vendidos neste mercado no espaço de poucos anos, e, apesar de uma subida anual generalizada entre 2010 e 2013, o facto é que as vendas caíram ano após ano até 2016.

História
Estereoscopia
Gravação 3D
Polarização
Anaglyph
Active Shutter
Mercado
História / Nascimento

Desde 1838, ano em que Sir Charles Wheatstone inventou o estereoscópio, que se tem tentado produzir imagens e vídeos em formato tridimensional. O truque é mostrar aos olhos imagens 2D, e através de tecnologia mais ou menos habilidosa, enganar o próprio cérebro humano ao dar-lhe a impressão que está a captar conteúdo a três dimensões.

O filme 3D teve a sua génese em formato de teste na segunda década do século XX, mas a primeira exibição para o público em geral veio apenas em 1922 com o filme The Power of Love, de Harry K. Fairrall em Los Angeles.

Apesar de revolucionário, o filme 3D não se cimentou nos cinemas devido, principalmente, ao elevado custo dos equipamentos e dos processos necessários à sua produção e exibição. Depois dos anos 20, e com excepção dos anos 50 nos Estados Unidos, este tipo de filme só voltaria a ter um peso significativo na indústria cinematográfica a partir dos anos 80 através do cinema IMAX.

 

Posteriormente, observou-se um crescimento no número de filmes exibidos e no público na primeira década do século XXI, onde atingiu o pico de sucesso de bilheteira em 2009 e 2010, com o filme Avatar, de James Cameron.

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